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Autismo: a carta inspiradora da mãe de um menino autista

02/04/2018

Neste dia da conscientização do autismo, trazemos um pouco da realidade que acompanha a milhares de famílias: O quebra-cabeças do autismo.

Esta é a carta escrita pela mãe de um menino com autismo na sua página no Facebook“My Boy Blue”. Nela, o menino é identificado com a cor azul, a cor que identifica o autismo como forma de sensibilizar a todos. Por que se transformou em simbolismo? Por que representa o que diariamente vivem as famílias e pessoas que convivem com o autismo.

Confira a carta da mãe e reflita:

“Quando criei esta página prometi a mim mesma que este ano eu faria com que as pessoas entendessem o autismo. Meu principal desejo para este ano é fazer com que aqueles que “julgam” entendam. Quando você descobre que será mamãe, sonha em ter o seu bebê pela primeira vez, sonha em vesti-lo, ficando obcecada com cada um de seus movimentos. Sonha com a sua primeira palavra, a primeira vez que suas mãozinhas baterão palmas, a primeira vez que se despedirão, e obviamente seus primeiros passos. Todas as coisas “normais”.

Bom, na minha casa estas coisas estão longe do normal. Sim, tivemos alguns deles, mas desapareceram. As palavras se perderam, os marcos perdidos e muitas lágrimas foram choradas ao longo do caminho. E não é porque ele seja preguiçoso. Não está agindo. O meu pequeno é como o seu filho, adora dançar, adora ser abraçado, chora quando cai, e ele adora o Mickey.

Contudo, ele está “conectado de forma diferente”. As coisas pequenas que damos por certas todos os dias são as coisas mais difíceis para ele. Diferentes luzes, sons, cheiros ou mesmo a aparência de alguma coisa pode causar uma sobrecarga que é muito difícil para o meu pequeno menino.

As “coisas normais”, como ir fazer compras, brincar no parquinho, ou mesmo um corte de cabelo, podem ser insuportáveis para ele. Às pessoas que o olham porque ele gagueja, unam-se à sua pequena melodia, porque aos seus olhos ele está cantando a melhor música do mundo.

As mães que afastam seus filhos do meu filho estão criando os acusadores do futuro. As crianças não percebem as diferenças, só querem brincar, deixem-nos. À senhora que o chamou de mal-educado no supermercado, procure olhar as coisas a partir do seu ponto de vista.

As crianças com necessidades são as pessoas mais corajosas e mais surpreendentes do mundo. Estão lutando batalhas que ninguém conhece e garanto que nenhum adulto superaria a metade destes obstáculos. Por isso este ano peço a vocês que pensem antes de julgar, vivam um dia nos sapatos do meu filho, e entenderão o que é um super-herói de verdade”.

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